NOTA DE REPÚDIO
“Não se deve fazer
divisão binária entre o que se diz e o que não se diz; é preciso tentar
determinar as diferentes maneiras de não dizer, como são distribuídos os que
podem e os que não podem falar, que tipo de discurso é autorizado ou que forma
de descrição é exigida a uns e outros.”
(Michel Foucault)
Estudantes do Campus
XVIII manifestam repúdio à onda de repressão ao movimento estudantil que vem se
alastrando pelo nosso departamento, onde na última semana o estudante Julian
Mota sofreu uma repreensão pública após um suposto caso de ofensa, que sequer
pôde ser comprovado, em uma reunião departamental confusa e opressiva, quando
só os conselheiros tinham direito a fala, rompendo o caráter democrático e
igualitário que deveria estar presente nos diversos espaços da universidade.
Destacamos que tal repreensão, de caráter arbitrário, não
será tolerada pelo movimento estudantil, que atua com os princípios
indissociáveis da liberdade de expressão, da isonomia e da democracia. Desta
forma, acreditamos que punições como esta ferem os princípios supracitados, uma
vez que utilizam critérios incoerentes na sua aplicação, além de se
constituírem em uma tentativa de reprimir a livre mobilização estudantil que é
garantida constitucionalmente. Acreditamos que os ambientes acadêmicos devam
ser marcados pela pluralidade de idéias, o respeito às diferenças e a superação
de conceitos marcados pela incoerência, mas para isso é preciso que este
ambiente seja favorável a livre manifestação e o direito a igualdade, sob o
risco de vivermos constantemente com a possibilidade de uma “polícia política”,
que visa dominar as idéias e ações dos sujeitos do nosso departamento.
Assim convocamos movimentos estudantis, movimentos
docentes, grêmios, movimentos sociais e a comunidade acadêmica a se manifestar
contra mais esse caso de arbitrariedade e injustiça que fere todas as noções de
universidade como um espaço justo, igualitário e aberto a construção do
conhecimento. Em defesa da liberdade de expressão, da justiça e do combate a
repressão, dizemos não a mais essa tentativa de nos controlar e calar a nossa
voz!
DIRETÓRIO
ACADÊMICO DE HISTÓRIA – UNEB CAMPUS XVIII